quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

De doutora a rezadeira

Esses anos com transtornos de ansiedade, pensei por algum tempo que eu era quase doutora no assunto. Apesar de me sentir mais experiente dentro da minha realidade, por ter minhas crises diminuído lenta mas progressivamente, sinto que não estou pronta para ajudar de fato alguém que sofra deste mal. Minhas descobertas parecem somente servir a mim, não se aplica a outros. Percebi que além de mim, muitas pessoas vivem dramas ansiosos, muito mais do que algum dia eu pude imaginar dentro do meu solitário mundo assombrado. Outro dia, uma colega minha perguntou: "como faz para parar isso?" Minha graduação de 5 anos de transtorno de ansiedade não me permite responder tal questão com tamanha precisão e objetividade. Nessa hora cerro meus lábios em sinal de compaixão. E se tento falar me pego em respostas vagas que soam bobas.
Se por acaso hoje vivo uma vida mais tensa, porém mais consciente e mais equilibrada não faz de mim portadora da receita milagrosa, muito embora tenha o maior prazer em tentar ajudar quem quer que seja a levar uma vida melhor independente de qualquer coisa. Porque por mais que saibamos que somos totalmente capazes de suportar tudo que a vida nos oferecer de ruim, sempre temos uma reserva infinita de forca que brota da natureza, do amor, das pessoas que amamos... Viver não e tão fácil como previmos ainda crianças.